Entre as mais importantes descobertas
deste final de século, uma tem destaque especial, particularmente para
milhões de pessoas em todo o mundo portadoras de Diabetes
mellitus e que dependem da insulina para estabilizar o nível de glicose
no sangue. A primeira aplicação comercial da biotecnologia ocorreu em
1982, quando a empresa Genentech produziu insulina humana para o
tratamento da diabetes .
Para fornecer insulina em quantidades necessárias, o gene que produz a
insulina humana foi isolado e transferido para a bactéria Escherichia
coli. As bactérias se multiplicam e crescem em tanque de fermentação,
produzindo a proteína insulina que, a partir daí, é isolada e
purificada. Um novo produto, resultado de recentes pesquisas
biotecnológicas, é a Insulina Lispro, produzida e comercializada pelo
laboratório Eli Lilly com o nome de Humalog. Dentre outros exemplos de
produtos obtidos pela biotecnologia pode-se citar o interferon-alfa-2b e
interferon-beta, o fator anti-hemofílico empregados no tratamento da
leucemia, da esclerose múltipla e hemofilia A, respectivamente, e o
hormônio de crescimento humano (somatotropina). No caso da doença de
Chagas, a Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz) desenvolveu um kit para
diagnóstico, obtido a partir da transformação genética de bactérias
contendo genes de Trypanosoma cruzi, as quais passaram a expressar
antígenos desse parasita; as proteínas recombinantes são utilizadas no
imunodiagnóstico da doença.
Vacinas
Em 1986, foi obtida a primeira vacina
humana geneticamente engenheirada (Recombivax HB de Chiron) e aprovada
para prevenção de hepatite B. A vacina de DNA é a mais recente forma de
apresentação que veio revolucionar o campo de vacinas, representando um
novo caminho para a administração de antígenos. O processo envolve a
introdução direta do DNA plasmidial, que possui o gene codificador da
proteína antigênica, e será expressa no interior das células. Este tipo
de vacinação apresenta uma grande vantagem, pois fornece para o
organismo hospedeiro a informação genética necessária para que ele
fabrique o antígeno com todas as suas características importantes para
geração de uma resposta imune. Isto sem os efeitos colaterais que podem
ser gerados quando são introduzidos patógenos, ou os problemas
proporcionados pela produção das vacinas de subunidades em
microrganismos. As vacinas de DNA, em teoria, representam uma
metodologia que se aproxima da infecção natural, alcançando a indução da
proteção desejada.
Biorremediação
A descontaminação de locais já sujeitos à
contaminação pode ser obtida por técnicas de biorremediação e
restauração. Tecnologias avançadas tais como o uso de sistemas
biológicos de tratamento para reduzir ou destruir resíduos perigosos são
vistas como uma opção para a tecnologia de descontaminação. Um dos
campos mais promissores da biotecnologia, que visa o emprego
dos microrganismos, direciona-se para locais contaminados devido ao uso
de agroquímicos e/ou ainda metais pesados. Uma vez que microrganismos
presentes em solos são capazes de degradar e mineralizar pesticidas,
pode-se desenvolver a remediação biológica de solos contaminados,
empregando-se microrganismos selecionados. Essa técnica tem como
finalidade inocular o solo com microrganismos com capacidade de
metabolizar os resíduos tóxicos presentes no ambiente e transformá-los
em produtos menos tóxicos.
Ambiente Brasil, Disponível em:ambientes.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/artigos_de_biotecnologia/curiosidades_da_biotecnologia.html Acesso em 17 de junho de 2013
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